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Reflorestamento
A Questão do Reflorestamento
Em todo o mundo, as pessoas estão muito engajadas em proteger as florestas e acabar com o desmatamento.
Nós como madeireiros, aprendemos desde muito cedo a conhecer e respeitar essa natureza com a qual passamos a conviver diariamente e de onde tiramos nosso sustento. E é por isso que nos interessa muito preservá-la também.
Vale lembrar que o ciclo da natureza começa assim:
... Existe uma árvore que nasce primeiro (nós a chamamos de árvore mãe), dela caem as sementes que darão origem a novas arvorezinhas que crescerão a sua volta. Como a árvore mãe é maior, mais alta, faz sombra as demais comprometendo o seu crescimento. Chega um momento, porém, que o solo não a suporta mais. Ela morre, entra em decomposição e cai agregando ao solo seus nutrientes. As árvores que estavam à sua sombra e com o crescimento comprometido, passaram a receber mais sol e a crescer mais fortes, recriando assim cadeia da vida.
A Amazônia por estar na linha do Equador tem uma localização extremamente privilegiada, pois devido a grande insolação que recebe (floresta com maior nível de sol do planeta), seu solo torna-se mais nutritivo e fértil, por isso é tão única, enorme e rica.
Fazendo um giro ao redor do planeta, veremos na mesma linha: desertos na África, oceanos entre África e Austrália, mais água até o continente americano, neve nos Andes.
Assim fica fácil entender que devido a sua posição geográfica a Amazônia é uma área agrícola de alta produtividade em comparação com as demais regiões. Em especial à Europa e Estados Unidos. Para eles é estratégico manter seus agricultores no campo; Porém com isso se obrigam a pagar subsídios (sangrando seus cofres) para mantê-lo produzido. Esse subsídio é a diferença que incide entre o nosso custo (Brasil) de produção, que é muito inferior, e o custo deles. Quanto mais produzimos, menor nosso custo e maior será o subsídio que os outros países precisarão desembolsar.
Daí vem parte da explicação de porque o mundo se coloca contrário ao desenvolvimento da região Amazônica. Isso sem mencionar suas riquezas minerais, biodiversidade, flora, fauna e a pecuária.
Existe uma lei do IBAMA / INCRA que determina: toda a propriedade rural deve manter entre 20 a 80% de floresta nativa em sua área.
O desmatamento é feito sempre com a intenção de formar lavouras, pastos, cidades, estradas que são extremamente necessários para nosso desenvolvimento.
Há vários tipos de desmatamento, três em destaque:
1. CORTE RASO: limpar o terreno para o pasto ou agricultura;
2. CORTE SELETIVO: só é permitido o corte de determinadas espécies;
3. MANEJO SUSTENTÁVEL: é o que nós madeireiros defendemos. Trata da retirada tão somente de espécies autorizadas e adultas. Mas mesmo que adultas e comerciais o manejo proteje:
Do ponto de vista financeiro, quando extraímos uma árvore adulta estamos gerando trabalho para muita gente que faz parte dessa cadeia produtiva: extração, transporte, industrialização e comercialização; e conforto para aqueles que consomem produtos derivados da madeira: assoalhos, portas, móveis, construções, etc. Que é exatamente o oposto do que ocorre na extração das árvores menores (filhas). Por não terem o mesmo rendimento os produtos dela derivados são piores (tábuas estreitas e curtas) e tem preços inferiores acarretando um prejuízo muito grande ao empresário.
Toda vez que o IBAMA (instituto Basileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) autoriza o corte de madeiras é condicionado ao reflorestamento. Não existe extração sem reflorestamento.
Ele é regimentado de maneira que para cada metro cúbico de madeira serrada é necessário plantar 8 árvores. Por exemplo:
Normalmente uma árvore adulta tem = ou - 10 m³ o que implicará numa reposição de 80 m³ a floresta (8 vezes mais).
Independentemente de reflorestar, temos que pagar ao IBAMA uma taxa para cada árvore cortada. Através de uma guia ATDF (autorização para transporte de produção florestal) que é justamente a autorização recebida para poder cortar e circular com os produtos florestais legalmente. Esse dinheiro que é arrecadado através das ATPF é utilizado para a compra e preservação de áreas destinadas a parques nacioanis, como por exemplo o Parque de Foz do Iguaçu, Parque das Emas, Parque da Chapada Diamantina, Parque da Chapada dos Guimarães, Parque dos Veadeiros, entre muitos outros, ou seja, é com o dinheiro pago pelas pessoas que exploram as riquezas florestais que se formam parques e reservas.
Portanto, prescisamos entender que existe uma lógica e um momento certo para o corte de árvores, que quando são obedecidos, não acarretam prejízo a natureza, pelo contrário, contribuem para sua preservação e continuidade.
Não é deixar de fazer
É fazer certo mantendo o equilíbrio.
Dessa maneira estaremos preservando a floresta para sempre,
respeitando seu ciclo.